Eu poderia iniciar este artigo afirmando que o mercado de trabalho está em constante evolução, ou que a tecnologia está sempre se atualizando. Assim, completaria dizendo que, neste cenário, os profissionais precisam se qualificar cada vez mais, para atender as novas demandas, exigidas nos ramos de atuação.
Embora esta fosse uma boa forma de começar a minha explicação sobre o que é reskilling, prefiro citar uma frase dita por Stephen Hawking: “A inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.” Ou seja, é muito improvável que uma pessoa consiga crescer no ambiente profissional, se não evoluir os seus conhecimentos ao longo do tempo.
Em outras palavras, um individuo pode até se destacar em uma determinada empresa com os fundamentos que aprendeu na faculdade, por exemplo. Contudo, para progredir, ele certamente precisará de novos aprendizados. É aí, então, que entra o reskilling, que nada mais é que a requalificação profissional.
Deseja saber mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura até o fim!
Afinal, o que é reskilling?
Como já mencionei, a definição de reskilling na teoria é bem simples. Trata-se da requalificação profissional de uma pessoa, para que ela atualize as suas competências e consiga contribuir ainda mais com a empresa na qual atua, em um novo cargo ou setor.
Neste contexto, é comum que, ao observarmos o mundo dos negócios, consigamos perceber o quanto os profissionais mais bem-sucedidos ou os que se encontram em posições de destaque, são sempre aqueles que melhor se adaptaram as novas exigências do mercado.
Melhor dizendo, é muito comum que pessoas de sucesso estejam sempre atualizando o seu conhecimento, para avançar nos seus postos de trabalho. Posso dar como exemplo um filme de 2015: “Um senhor estagiário”. Nele, uma determinada empresa têm a grande ideia de contratar idosos para ocupar vagas de aprendizes.
Em um primeiro momento, isso pode lhe soar estranho, afinal, uma pessoa idosa já possui experiência o bastante para ocupar bons cargos, não é mesmo? Entretanto, o que o filme nos mostra não é nada além do que enxergamos nos dias atuais: o seu conhecimento de anos atrás, não serve mais. Ou, pelo menos, não é o bastante.
Assim, voltando a minha suposta introdução para este artigo, com a constante evolução do mercado de trabalho, é improvável que um profissional se mantenha competitivo carregando apenas o conhecimento da faculdade, por exemplo. Em outras palavras, o reskilling, é fundamental para a agregação do aprendizado.
Por meio dele, as empresas oferecem cursos e treinamentos, cujo objetivo é que os seus funcionários desenvolvam novas habilidades para que, estas, sejam aproveitadas internamente.
Além disso, essa requalificação também pode ocorrer por parte do próprio profissional que almeja ocupar melhores posições em seu nicho de atuação ou na organização da qual faz parte.
O reskilling é, portanto, essencial para as pessoas que desejam se manter ativas em seus conhecimentos e para os negócios que visam formar equipes com alto desempenho e busca por melhores resultados.
Quais são os objetivos do reskilling?
Os objetivos do reskilling são numerosos e, dentre eles, é possível afirmar que a prática abrange, antes de tudo, a valorização dos profissionais. Isso significa que, quando uma empresa incentiva a evolução da carreira, ela aposta no colaborador. O mesmo ocorre quando o profissional decide praticar o reskilling, ele está valorizando o seu potencial.
No entanto, além da valorização, o reskilling também possui outros objetivos, como:
- capacitação profissional, para avançar junto ao mercado de trabalho;
- adaptação profissional, para compreender as mudanças empresariais constantes;
- agregação de conhecimentos, para se manter atualizado na aprendizagem.
Se voltarmos ao exemplo do filme “Um senhor estagiário”, é possível dizer que a empresa em questão desejava explorar as habilidades profissionais dos idosos, ou seja, extrair o que tinham de bom. Porém, não podia colocá-los em altos cargos pela falta de atualização das exigências do mercado de trabalho.
Dito isto, é simples de compreender os motivos pelos quais as organizações investem em reskilling. Normalmente, ao implementar a prática, a empresa quer continuar com o seu quadro de colaboradores, contudo, precisa que estejam aptos às mudanças que surgem frequentemente.
Assim, vamos imaginar que um negócio disponha de profissionais no setor de marketing de conteúdo, por exemplo. Se focarmos nas últimas atualizações, podemos citar o Chat GPT, que veio para revolucionar o mercado da escrita. Neste cenário, é mais simples oferecer um curso para a equipe entender do que ele se trata, que contratar novos funcionários que saibam manusear o Chat, mas não conhecem os processos da empresa.
Desta forma, o objetivo principal do reskilling é requalificar os profissionais, para que eles continuem sendo úteis para a empresa. Ou seja, a grande sacada, é unir as habilidades que eles já possuem, com os conhecimentos que ainda não adquiriram. Além disso, reter pessoas bem preparadas e que se sintam valorizadas na empresa, é uma das maiores metas da maioria das organizações.
Qual a diferença entre reskilling e upskilling?
Uma coisa muito comum quando o assunto é requalificação profissional, é a confusão que a maioria das pessoas faz com os termos reskilling e upskilling. Apesar de bem semelhantes, eles possuem práticas e conceitos distintos.
O reskilling, como já expliquei, tem como principal objetivo a requalificação do profissional, isto é, preparar o colaborador para novas habilidades e responsabilidades na empresa. Essa mudança pode promover uma promoção na área de atuação ou nas funções exercidas em seu setor.
Já o upskilling, tem a finalidade de aperfeiçoar as habilidades do colaborador, para que ele se desenvolva somente no seu nicho. Ou seja, o propósito é que ele esteja antenado quanto às evoluções do mercado para atender somente as demandas de uma mesma área, isto é, para atuar sempre nas mesmas atividades.
De forma geral, os dois termos são muito usados no mundo corporativo e auxiliam nas estratégias das empresas. Além disso, os próprios profissionais podem investir em qualquer uma das práticas para se manter atualizado, buscar aprimoramento ou requalificação no seu ramo de atuação.
Principais benefícios do reskilling
Assim como o reskilling possui inúmeros objetivos, ele também dispõe de benefícios expressivos. Conheça os principais, abaixo:
Adaptação às mudanças do mercado
A cada dia, novas ferramentas e recursos aparecem no mercado. Um bom exemplo disso, foi o Chat GPT, o qual mencionei anteriormente. Essas tecnologias surgem com o objetivo de otimizar as rotinas nas empresas.
Ao aplicar o reskilling na organização, os colaboradores têm a oportunidade de se atualizarem e se adaptarem a essas mudanças. Desta forma, sempre estarão a frente no quesito competitividade.
Retenção de equipe bem preparada
O reskilling auxilia na realocação dos colaboradores internos, isto é, retém aqueles que formam uma equipe bem preparada. Assim, a empresa consegue manter um time alinhado e atualizado, sem a necessidade de novas contratações.
Em contrapartida, por intermédio da prática, os funcionários se sentem mais valorizados, pois percebem a iniciativa da organização em investir na aprendizagem contínua, ao invés de buscar por outros profissionais.
Aumento da produtividade
A produtividade é um fator que não deve ser esquecido quando o assunto é reskilling. Isso porque, quando os colaboradores são realocados para funções que combinam mais com as suas habilidades e competências, é provável que ele se sinta mais produtivo e motivado.
Assim, as metas que antes não eram atingidas facilmente, podem ficar mais simples devido ao aprimoramento dos pontos que eles mais se identificam no momento. Desta forma, a qualidade também é ampliada, uma vez que a aprendizagem contínua auxilia no conhecimento e na criação de estratégias para o dia a dia profissional.
Redução dos custos para novas contratações
Assim como o reskilling auxilia na retenção de uma equipe bem preparada, ele também ajuda a empresa com a redução dos custos de novas contratações. Isso porque, não se faz necessário tantos processos seletivos, se os funcionários antigos estão sendo requalificados internamente.
Neste cenário, quando é realizada uma qualificação e capacitação dos colaboradores, as despesas de contratação reduzem significativamente. E, aqui, não falo apenas sobre dinheiro. Os processos seletivos demandam tempo e atenção do RH que, ao praticar o reskilling, evita os gastos, em geral.
Como o RH deve agir na implementação do reskilling?
O RH possui um papel importantíssimo na implementação do reskilling. Isso significa que, além de entender o seu significado, ele precisa identificar todos os processos que envolvem a prática.
Para exemplificar, é fundamental entender que, antes de realizar a transição de carreira de um funcionário, é necessário compreender o seu perfil comportamental. Ou seja, o RH precisa saber quais os pontos fortes e fracos do colaborador. Desta forma, será mais fácil identificar o que ele precisa para evoluir e ser responsável por uma nova função ou cargo.
Neste contexto, ainda usando o filme “Um senhor estagiário” como exemplo, é possível observar que o profissional de recursos humanos é quem contrata o idoso e, principalmente, quem realiza uma série de perguntas para inseri-lo no setor que mais está alinhado com as suas habilidades.
Uma boa forma de fazer isso é utilizando ferramentas como a matriz de competências, uma vez que ela possibilita o reconhecimento do perfil e habilidades dos colaboradores ou ainda o PDI – Plano de Desenvolvimento Individual, que consiste em um documento que auxilia a empresa no acompanhamento da evolução profissional de um funcionário.
O setor de RH deve ser estratégico, para que a requalificação faça diferença na jornada do profissional e da empresa. Ou seja, ele precisa se manter atualizado sobre as mudanças do mercado, bem como sobre os perfis de seus colaboradores. Assim, o reskilling pode ocorrer na hora certa e proporcionar maiores benefícios para ambos os lados.
Como implementar o reskilling na empresa?
Para implementar o reskilling na empresa, é necessário que se conheça as demandas de trabalho e quais as oportunidades associadas a melhoria das habilidades dos funcionários. Por meio dessa visão, é possível realizar um planejamento estratégico que auxilia na requalificação e adaptação do profissional.
A seguir, confira o passo a passo para que a implementação do reskilling ocorra da melhor forma possível:
1. Conheça as necessidades do negócio e as habilidades disponíveis
Como dito anteriormente, o RH precisa conhecer os gargalos do negócio e saber quais são as mudanças que precisam ser realizadas. Após esse diagnóstico, é necessário fazer o cruzamento das necessidades da empresa, com o perfil e competência dos colaboradores atuais.
Este processo pode ser realizado com a ajuda das ferramentas que citei no tópico anterior, pois, por intermédio delas, é mais simples de mapear as oportunidades e desenvolver um planejamento estratégico.
2. Use a tecnologia como aliada
Durante o processo de reskilling, é fundamental usar a tecnologia como aliada. Isso porque, os recursos digitais podem facilitar – e muito – todos os procedimentos. Desde o planejamento, até a execução.
A tecnologia ajuda para que menos erros ocorram e que as tomadas de decisão sejam mais assertivas. Além isso, por meio das ferramentas tecnológicas, os processos são otimizados e ainda é possível criar análises e relatórios que ajudam no acompanhamento da aprendizagem dos funcionários.
3. Invista em projetos de treinamento e desenvolvimento
Na prática do reskilling, é importante investir em projetos de treinamento e desenvolvimento, ou seja:
- cursos presenciais ou on-line;
- workshops;
- palestras;
- universidade corporativa;
- dentre outros.
É fundamental que, em cada plano de carreira, a empresa tenha uma ferramenta própria para alcançar os resultados esperados. Ou seja, algumas habilidades podem ser aprimoradas somente com palestras, enquanto outras, necessitam de treinamentos mais extensos.
4. Avalie e reavalie os resultados
Por fim, é essencial lembrar que, muito mais que avaliar os resultados do reskilling, é importante reavaliá-los. Isso significa que, mesmo que um determinado curso tenha sido finalizado e os colaboradores tenham alcançados os objetivos, é fundamental acompanhar essa evolução e saber quando será necessário investir em mais aprendizagem.
Dentre as métricas de acompanhamento, é importante:
- identificar a adesão dos funcionários ao treinamento;
- avaliar se a nova função está de acordo com as habilidades aprimoradas;
- analisar se as tomadas de decisão estão assertivas.
Esses fatores precisam seguir o planejamento estratégico do reskilling, para se ter a certeza que a requalificação profissional foi realizada de forma correta.
O sucesso começa com a vontade de evoluir!
Não só no filme “Um senhor estagiário”, como também na vida, constantemente precisamos dar dois passos para trás, antes do passo para frente. E, a grande verdade é que são as mudanças que nos levam ao êxito.
Assim como a frase que citei no início deste conteúdo, se adaptar a mudança é a melhor forma de demonstrar a inteligência. Portanto, se você tem um negócio, invista no reskilling. Desta forma, você não apenas preserva os colaboradores que já estão com você na jornada, como também auxilia para que eles evoluam e cresçam profissionalmente.
Já se você não tem, mas chegou até aqui porque deseja aprimorar suas habilidades, saiba que a prática do reskilling é fundamental para aprender sempre mais e desenvolver novas competências.
Espero que este conteúdo tenha sido útil e, mais do que isso, tenha aberto os seus olhos para o novo. Lembre-se, tudo que chega depois que a gente já chegou, assusta! No entanto, o sucesso começa com a vontade de evoluir!
Comente aqui, caso tenha ficado com alguma dúvida e compartilhe este artigo para que ele mude as percepções de outras pessoas também! Até a próxima!