Na última terça-feira (1), a gigante Alphabet liberou o relatório fiscal do último trimestre de 2021. Com isso, investidores e público em geral puderam visualizar o resultado consolidado de todo o ano, onde um índice se sobressaiu.
A receita gerada por anúncios e parcialmente compartilhada com criadores de conteúdo.
No último trimestre de 2021, o faturamento foi de US$ 8,6 bilhões, o equivalente a R$ 45,2 bilhões. Considere que essa receita é maior do que a da gigante Netflix no mesmo período, que ficou na casa dos US$ 7,7 bilhões (R$ 40,7 bilhões).
No ano passado, o mesmo resultado havia sido de US$ 6,8 bilhões (R$ 35,7 bilhões). Ou seja, houve um aumento de 26% no resultado.
Por sua vez, o faturamento anual gerou US$ 28,8 bilhões, aproximadamente R$ 151,5 bilhões.
Importância da monetização de conteúdo para creators
A estimativa é de que 55% desse valor seja diretamente repassado aos criadores de conteúdo. Essa fatia fica em torno de R$ 83 bilhões.
Com isso, o YouTube mantém o posto de plataforma mais rentável para este público.
Isso contribui para manter os creators engajados à rede social, e, consequentemente, o público também. Em tempos de competição acirrada com o TikTok, é imprescindível que o YouTube consiga manter a relevância de seu Programa de Parcerias (YPP).
Vale lembrar que o índice de 55% é apenas uma estimativa construída a partir dos termos de uso do Programa de Parcerias do YouTube.
O valor final pode variar, especialmente depois que a rede social decidiu trazer iniciativas de monetização para todos os conteúdos, e não apenas para integrantes do YPP.
Contribuição do YouTube Shorts para geração de receita
Como sinalizado por Sundar Pichai, CEO da Alphabet, o investimento no YouTube Shorts vem trazendo bons resultados para a rede social.
É de se esperar, considerando que a aposta é forte e vem para fazer frente ao sucesso estrondoso do TikTok. Sobre essa questão, o CEO declarou:
O YouTube Shorts continua demonstrando engajamento significativo. Nós recém atingimos cinco trilhões de visualizações totais, e temos mais de quinze bilhões de visualizações diárias ao redor do mundo. Isso está ajudando a comunidade de criadores de conteúdo a atingir novos e maiores públicos.
Ele também afirmou que o sucesso do recurso tem trazido mais pessoas para o Programa de Parcerias do YouTube.
Isso é bom para os creators, que conseguem sustentar sua carreira, e para a rede social, que se mantém o ponto focal de criação de conteúdo na internet:
Na verdade, mais pessoas estão criando conteúdo no YouTube do que nunca. No ano passado, o número de canais do YouTube que gerou no mínimo US$ 10 mil (R$ 53 mil) em receita subiu mais de 40% na comparação com o ano passado. E nós continuamos melhorando o apoio a artistas e criadores de conteúdo.
E-commerce é um dos próximos passos do YouTube
Seguindo a linha de outras sociais que estão apostando na venda de produtos diretamente pelos aplicativos, investir no e-commerce está entre os planos do YouTube para o futuro.
Uma das principais iniciativas são os feeds de produtos em campanhas de vídeo. Assim, é possível visualizar produtos exibidos no conteúdo e comprá-los com apenas alguns toques.
Isso é especialmente vantajoso visto que vídeos do YouTube são exibidos com destaque no Google para certos termos. De tal maneira, estão presentes onde os usuários buscam informações para auxiliar na decisão de compra.
O Live Commerce também é uma tendência que está para ser incorporada às funcionalidades do YouTube, como disse o CEO Pichai:
Estamos facilitando o processo de espectadores comprarem o que eles vêem – e tornar mais simples para anunciantes que gerem ações com soluções inovadoras como os feeds de produtos em campanhas de vídeo e formatos emergentes como o live commerce. O Backcountry.com gerou um ROAS de 12x com feeds de produtos em 2021, e pretende dobrar o investimento em 2022. Enquanto isso, a Samsung, Walmart e Verizon fizeram parcerias com criadores de conteúdo para criar livestreams de compras durante a época de final de ano nos EUA.
Sendo assim, a mensagem final é que, à medida que a monetização do TikTok está gerando insatisfação entre os criadores de conteúdo, o YouTube tem cada vez mais espaço para se consolidar como uma rede social primária na economia criativa.
A competição não é somente para ter o aplicativo com melhores funcionalidades e recursos. Afinal, o público está onde os criadores de conteúdo estão.
Sem atender às exigências desse grupo, é difícil reter qualquer audiência.