Muitas vezes, conteúdo de qualidade por si só já é capaz de fazer com que o Google entenda qual é o tópico de uma página. Mas e se a gente quiser dar uma ajudinha? É aí que entram as marcações de dados estruturados para SEO.
Eles ajudam a transmitir informações sobre o contexto da página, facilitando que os buscadores entendam quando mostrá-la entre os resultados de busca.
Muitas vezes, os dados estruturados também dão um empurrãozinho na CTR e nos ajudam a ganhar mais visibilidade perante os concorrentes da SERP. Ou seja: é só vantagens para quem trabalha com marketing de busca!
Você verá nesse conteúdo:
Nesse artigo, vou explicar o que são dados estruturados e como usar o melhor deles em uma estratégia de SEO. Vem que eu mostro!
O que são dados estruturados para SEO?
Dados estruturados são informações apresentadas a partir de um padrão já existente, facilitando a comparação e a interpretação dos dados.
Quando se trata de SEO, os dados estruturados ficam no código HTML e servem para sinalizar detalhes sobre o conteúdo de uma página diretamente para os mecanismos de busca.
Exemplo de dados não-estruturados
No exemplo abaixo, eu trouxe alguns detalhes (em negrito) sobre dois produtos que a Adidas vende em sua loja virtual.
Esse produto é o Tênis Adidas Slip-On. Ele está disponível na cor preta e na numeração 37 por R$ 200. Agora, esse outro produto é o tênis Adidas Superstar. Ele não está em estoque, mas geralmente vendemos na cor rosa e na numeração 39 por R$ 250.
Vale lembrar que, por ser uma transmissão de dados não-estruturada, eu poderia escrever isso de várias maneiras para passar a mesma informação.
Como no texto abaixo, que fala sobre as mesmas coisas que o trecho acima, mas de um jeito diferente.
Temos dois modelos de tênis Adidas: Slip-On, que está em estoque no número 37 e na cor preta, e Superstar, que não está disponível no momento, mas geralmente temos no número 39 e na cor rosa. Para o Slip-On, o preço é R$ 200, e para o Superstar, R$ 250.
Exemplo de dados estruturados
Agora, estou mostrando as mesmas informações que estão nos textos acima, mas em uma tabela.
Nome do Produto | Estoque | Cor | Numeração | Preço |
Tênis Adidas Slip-On | Sim | Preto | 37 | R$ 200 |
Tênis Adidas Superstar | Não | Rosa | 39 | R$ 250 |
Percebeu como fica mais fácil de entender e comparar? Isso acontece porque os dados estão organizados de acordo com uma estrutura que já existe.
Cada informação tem o seu lugar certo, com uma indicação sobre o contexto de origem dos dados. Ou seja: estruturados!
E para que eles servem?
Em uma página de e-commerce, quais informações o buscador deve procurar para entender a página?
Um bom começo é o nome do produto, o preço e a disponibilidade em estoque. Com dados estruturados, você pode sinalizar onde essas informações estão e quais são elas, sem que o Google precise assumir a partir de sua própria análise do conteúdo.
Em resumo, os dados estruturados para SEO servem para entregar as informações de uma página “de bandeja” para os mecanismos de busca.
Bônus: qualquer profissional de SEO ama Rich Snippets!
Outra grande vantagem dos dados estruturados para SEO: às vezes, eles geram Rich Snippets, que são alguns “adereços” junto ao resultado na SERP.
No exemplo, as Casas Bahia fizeram uma seção de dúvidas frequentes na página de Black Friday e marcaram com dados estruturados. O resultado? As perguntas e respostas aparecem na SERP, garantindo mais visibilidade perante os concorrentes.
Outro exemplo super comum no e-commerce. As Casas Bahia também incluem dados estruturados nas páginas de produto. Assim, o Google mostra avaliações, faixa de preço e disponibilidade em estoque diretamente na SERP.
Como aplicar dados estruturados para SEO?
Para aplicar dados estruturados para SEO, você precisa definir três aspectos para a sua marcação:
- vocabulário;
- formato;
- e tipos e propriedades.
Vocabulário
Aqui, nem precisa quebrar muito a cabeça para decidir qual usar. A opção mais amplamente aceita é o Schema.org, um vocabulário colaborativo criado pelo Google, Microsoft, Yahoo! e Yandex.
Já são mais de 10 milhões de sites que usam o Schema.org, e esse número cresce a cada dia que passa. Para conferir a documentação completa, é só acessar o site.
Mas, só para você saber, existem outros vocabulários de dados estruturados para páginas da web. A única coisa é que talvez eles não sejam reconhecidos pelo Google, o que pode acabar sendo contraprodutivo para o seu trabalho de SEO:
Formatos
Existem três formas de aplicar dados estruturados em uma página da web:
- JSON-LD: faz a marcação a partir de uma tag <script>, sem precisar estar intercalada com o conteúdo visível para o usuário. Além de ser a aplicação mais comum, é recomendada pelo próprio Google.
- Microdados: usa atributos de tags HTML para especificar a natureza das informações no próprio conteúdo da página. Já foi mais usado no passado, mas continua quebrando um galho tranquilamente.
- RDFa: muito similar aos microdados, mas é usado apenas com HTML5 e tem seu próprio vocabulário. Cá entre nós, é o filho renegado das aplicações, porque ninguém usa muito, não.
Nesse post, vamos trazer exemplos usando JSON-LD, já que essa é a aplicação recomendada pelo Google.
Tipos e propriedades
Escolhendo os tipos e propriedades de maneira assertiva, você sinaliza para o Google do que se trata sua página e quais informações contidas ali são importantes para a compreensão do conteúdo.
Os tipos são as categorias mais gerais, e podem ter várias propriedades aninhadas dentro deles. No momento, 9 tipos são reconhecidos oficialmente pelo Schema.org, embora outros estejam no processo de aprovação e implementação:
- Action (ação);
- CreativeWork (trabalho criativo);
- Event (evento);
- Intangible (intangível);
- MedicalEntity (entidade médica);
- Organization (empresa);
- Person (pessoa);
- Place (lugar)
- Product (produto).
Os tipos mais comuns de dados estruturados para SEO estão marcados em negrito. Dentro de cada um desses tipos, existem subtipos que servem para especificar ainda mais qual é o tipo de conteúdo que você está marcando.
- Por exemplo: dentro do tipo CreativeWork, temos subtipos próprios para artigos, livros, cursos, jogos, blog posts e mais.
Quando falamos de propriedades, existem centenas que você pode usar. E mais: você pode escolher quais propriedades aninhar em cada um dos tipos, o que faz com que as possibilidades de implementação sejam quase infinitas.
Mas não precisa se preocupar! Muitas vezes, você vai se basear em outras aplicações para criar a sua e entender melhor qual é o processo de selecionar as propriedades.
Ah, e uma pitadinha de bom-senso sempre ajuda também 🙂
SEO e dados estruturados: exemplos de aplicação
Vamos falar um pouco sobre as principais categorias de dados estruturados para SEO e como fazer a aplicação de cada um deles.
Aqui, vale uma observação: você não precisa escrever todos seus dados estruturados do zero, viu?
Para fazer os exemplos desse post, inclusive, eu usei a ferramenta Schema Markup Generator, do TechnicalSEO.com. Ele já separa as propriedades mais adequadas para cada tipo e gera o JSON-LD a partir dos dados que você coloca em um formulário.
Para um profissional de SEO, o importante é saber quando (e como) usar os dados estruturados. Ninguém precisa ficar escrevendo linhas e linhas de código, não 🙂
CreativeWork
Aqui, entram todos os conteúdos que foram concebidos a partir de um trabalho criativo, como diz o nome. Trouxemos alguns exemplos, mas você pode ver a lista completa aqui.
- Article (artigo);
- Blog;
- Book (livro);
- Course (curso);
- Game (jogo)
- Guide (guia);
- Map (mapa);
- Movie (filme);
- MusicRecording (música);
- Photograph (fotografia);
- Review (resenha);
- TVSeries (série de TV);
- WebPage (página da web);
- WebSite (página).
Como aplicar dados estruturados em blog posts
Para blog posts, o tipo sugerido é Blog. Como estamos falando de um post dentro de um blog, vamos usar o subtipo BlogPosting.
Sendo assim, imagine que estamos reunindo alguns detalhes sobre esse blog post e queremos marcá-lo com dados estruturados.
- Subtipo da página: BlogPosting
- Nome do post: O que são dados estruturados para SEO? Como aplicar no meu site?
- URL do post: https://www.mateada.com/seo/dados-estruturados-seo/
- Autora: Isadora Padoa
- Data de publicação: 08/11/2021
- URL da imagem de destaque: https://www.mateada.com/wp-content/uploads/2021/11/dados-estruturados-seo.jpeg
Todas essas informações são importantes para que o Google entenda o conteúdo da página e podem ser transmitidas a partir de dados estruturados. Na prática, fica assim:
<script type="application/ld+json"> { “@context”: “https://schema.org”, “@type”: “BlogPosting”, “mainEntityOfPage”: { “@type”: “WebPage”, “@id”: “https://www.mateada.com/seo/dados-estruturados-seo/” }, “headline”: “O que são dados estruturados para SEO? Como aplicar no meu site?”, “image”: “https://www.mateada.com/wp-content/uploads/2021/11/dados-estruturados-seo.jpeg”, “author”: { “@type”: “Person”, “name”: “Isadora Padoa” }, “datePublished”: “2021-11-08” } </script> |
É claro que isso é só um exemplo. Afinal, você pode usar quais propriedades quiser. Quanto mais detalhes assertivos sobre a sua página, melhor!
Person
Dados estruturados de Person dizem respeito a pessoas. Isso pode ser aplicado em vários contextos:
- Se eu tenho um blog post, posso usar a Person para identificar o autor (veja no exemplo do tópico acima);
- Se eu tenho uma página de produto, posso usar a Person para identificar um cliente que deixou uma avaliação.
Como aplicar dados estruturados sobre pessoas
Para o exemplo, vou aplicar dados estruturados sobre mim mesma, como se estivesse fornecendo detalhes sobre quem escreveu esse post. Escolhi inserir as informações:
- Nome: Isadora Padoa
- URL: https://www.mateada.com/author/isadora-padoa/
- Foto: https://secure.gravatar.com/avatar/f91fdb6bade73be928bb27b2c548a82f
- Cargo: Redatora de Conteúdo
- Empresa: Mateada
- Perfil no Instagram: https://www.instagram.com/isadorapadoa/
- Perfil no LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/isadorapadoa/
Eis o resultado final:
<script type="application/ld+json"> { “@context”: “https://schema.org/”, “@type”: “Person”, “name”: “Isadora Padoa”, “url”: “https://www.mateada.com/author/isadora-padoa/”, “image”: “https://secure.gravatar.com/avatar/f91fdb6bade73be928bb27b2c548a82f”, “sameAs”: [ “https://www.instagram.com/isadorapadoa/”, “https://www.linkedin.com/in/isadorapadoa/” ], “jobTitle”: “Redatora de Conteúdo”, “worksFor”: { “@type”: “Organization”, “name”: “Mateada” } } </script> |
Product
Dados estruturados de Product são muito comuns em e-commerces, porque ajudam a fornecer informações sobre o produto que está sendo vendido ao cliente.
Além de ajudar o Google a entender qual é o contexto da página, eles também podem gerar Rich Snippets, como vimos no exemplo das Casas Bahia alguns tópicos acima. Isso é especialmente útil em SERPs de produtos, que geralmente são muito competitivas!
Como aplicar dados estruturados de produto
Para trazer o exemplo de dados estruturados de produto, escolhi um livro chamado “A Ilha”, de Aldous Huxley, que é vendido pela Amazon.
Aí, você me pergunta: mas se estamos falando de um livro, eu não poderia usar o tipo CreativeWork, com o subtipo Book? E eu respondo: sim, você pode! Mas pense no foco do site.
Qual é o objetivo principal da Amazon: oferecer informações sobre o livro, ou vendê-lo? A resposta é a segunda opção. Nesse caso, considero mais assertivo fazer a marcação de dados estruturados de produto.
E quem poderia usar os dados estruturados de Book? Nesse caso, uma possibilidade seria a página do livro no Goodreads, uma rede social que conecta leitores e permite marcar e resenhar as obras lidas, por exemplo. Lá, penso que dar informações sobre o livro é prioridade. Mas isso é só uma ideia, claro 🙂
Enfim, vamos aos detalhes sobre o produto que vamos incluir nos dados estruturados:
- Nome: A ilha
- Imagem: https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/41qkczXKEAL._SX325_BO1,204,203,200_.jpg
- Marca (editora): Biblioteca Azul
- Descrição: De volta às livrarias com nova tradução e novo projeto gráfico, A ilha foi o último romance escrito por Aldous Huxley, publicado originalmente no início dos anos 1960. Na obra, o escritor volta a falar de uma sociedade idealizada, como em Admirável mundo novo, escrito três décadas antes, mas sob uma óptica diferente.
- Preço: 46,91
- Moeda: Real brasileiro
- Disponibilidade: Em estoque
- Condição: Novo
Na prática, a aplicação fica assim:
<script type="application/ld+json"> { “@context”: “https://schema.org/”, “@type”: “Product”, “name”: “A ilha”, “image”: “https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/41qkczXKEAL._SX325_BO1,204,203,200_.jpg”, “description”: “De volta às livrarias com nova tradução e novo projeto gráfico, A ilha foi o último romance escrito por Aldous Huxley, publicado originalmente no início dos anos 1960. Na obra, o escritor volta a falar de uma sociedade idealizada, como em Admirável mundo novo, escrito três décadas antes, mas sob uma óptica diferente.”, “brand”: “Biblioteca Azul”, “offers”: { “@type”: “Offer”, “url”: “https://www.amazon.com.br/Ilha-Aldous-Huxley/dp/8525058866/ref=sr_1_2”, “priceCurrency”: “BRL”, “price”: “46.91”, “priceValidUntil”: “2021-11-09”, “availability”: “https://schema.org/InStock”, “itemCondition”: “https://schema.org/NewCondition” } } </script> |
Organization
Por último, temos os dados estruturados de Organization, que são bastante comuns em sites de empresas. Eles servem para fornecer informações sobre a empresa em questão.
Como aplicar dados estruturados de empresa
Para exemplificar os dados estruturados de empresa, escolhi a Sallve, uma marca de cosméticos brasileira. Nesse caso, vamos usar as seguintes informações:
- Nome: Sallve
- Nome alternativo: Sallve Comércio de Cosméticos LTDA.
- URL: https://www.sallve.com.br/
- Logo: https://cdn.shopify.com/s/files/1/0074/3486/2639/files/marca_sallve-2_a948a523-fda3-4a3c-a3f6-9faf1bc01317.gif
- Perfil no Instagram: https://www.instagram.com/sallve/
- Perfil no Facebook: https://www.facebook.com/sallve/
- Perfil no LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/sallve/
- Número de atendimento: +55 11 4949-0108
E vamos ao resultado final:
<script type="application/ld+json"> { “@context”: “https://schema.org”, “@type”: “Organization”, “name”: “Sallve”, “alternateName”: “Sallve Comércio de Cosméticos LTDA.”, “url”: “https://www.sallve.com.br/”, “logo”: “https://cdn.shopify.com/s/files/1/0074/3486/2639/files/marca_sallve-2_a948a523-fda3-4a3c-a3f6-9faf1bc01317.gif”, “contactPoint”: { “@type”: “ContactPoint”, “telephone”: “+55 11 49490108”, “contactType”: “customer service” }, “sameAs”: [ “https://www.facebook.com/sallve/”, “https://www.instagram.com/sallve/”, “https://www.linkedin.com/company/sallve/” ] } </script> |
Conteúdos e ferramentas
Eu sei, é bastante informação de uma vez só! Os dados estruturados são umas das áreas do SEO que mais exigem estudo, justamente porque trazem tantas possibilidades de uso e aplicação.
Muito provavelmente, você só vai começar a sacar como eles funcionam depois de ler vários blog posts como esse e, também, botar a mão na massa para aplicar no seu próprio site.
Para ajudar nessa jornada, eu trouxe alguns conteúdos e ferramentas que podem ajudar você! Esses já estão salvos aqui nos favoritos, porque eu uso bastante no dia a dia, e tenho certeza que você vai usar também 🙂
- Documentação da Central de Pesquisa Google
- Teste de Rich Results do Google Search Console
- Assistente de Marcação do Google
- Validação de Marcação do Schema.org
- Gerador de JSON-LD do TechnicalSEO.com
- Documentação de Vocabulário do Schema.org
Depois, me conta aqui nos comentários como foi a experiência de mergulhar de cabeça no mundo dos dados estruturados. E não deixe de conferir outros artigos sobre SEO aqui na Mateada também! Até a próxima!