O Facebook vai mudar de nome na semana que vem, segundo uma fonte próxima ao CEO Mark Zuckerberg em entrevista para o portal The Verge.
A mudança se aplica à holding que controla outras empresas, como WhatsApp e Instagram. Para a rede social em si, a nomenclatura continua a mesma.
De acordo com o jornalista Casey Newton, a notícia será compartilhada durante uma chamada de relação com investidores na segunda-feira (23) ou no Oculus Connect, a conferência anual do Facebook, que acontecerá na próxima quinta-feira (28).
O motivo do rebranding não foi confirmado, mas duas possibilidades se complementam e coexistem aos olhos de especuladores.
1. A imagem pública do Facebook passa por um período turbulento
Não é de hoje que o Facebook anda em uma corda-bamba em relação a sua imagem pública. Nos últimos anos, a empresa enfrentou uma série de escândalos que vêm enfraquecendo sua reputação perante os usuários.
2018: Cambridge Analytica e eleições estadunidenses
Em 2018, foi apontado que a rede social teve um papel essencial para garantir os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que elegeram Donald Trump em detrimento da candidata democrata Hillary Clinton.
Segundo o portal The Mashable, o algoritmo do Facebook contribuiu para promover conteúdos que geram polarização política e social que podem ter levado o republicano a vencer.
O que trouxe essa situação à tona foi o escândalo de Cambridge Analytica, que acendeu preocupações sobre a segurança e privacidade dos usuários da rede social.
Na época, foi revelado que as informações pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook foram fornecidos a uma empresa de mineração e análise de dados politicamente alinhada ao Partido Republicano.
2021: Investigações de autoridades antitruste e apagão
No último ano, o Facebook também foi alvo de investigações de autoridades antitruste estadunidenses.
Durante o processo, uma ex-funcionária testemunhou frente ao Congresso e afirmou que a rede causa danos à saúde mental de crianças e adolescentes e enfraquece a democracia.
Por último, ainda houve o famoso “apagão” das redes sociais há algumas semanas, onde WhatsApp, Facebook e Instagram ficaram fora do ar por algumas horas. Foi suficiente para reacender o debate sobre o monopólio da holding Facebook perante as outras redes sociais.
2. A próxima aposta de Zuckerberg é o “metaverso” do Facebook
O Facebook já passou de rede social a holding com diversas empresas e plataformas sob seu guarda-chuva, mas Zuckerberg quer ir além.
O CEO deu uma entrevista para o portal The Verge em julho deste ano onde disse ter ambições de transformar o Facebook em uma “série de experiências maximalistas e conectadas saídas diretamente da ficção científica”, o que seria conhecido como “metaverso”.
O termo em si já é conhecido e designa a convergência de realidade virtual, aumentada e física em um espaço online compartilhado.
Segundo Zuckerberg, não seria apenas uma empresa que estaria por trás do metaverso do Facebook. Não haveria centralização da gestão, contribuindo para a criação de uma “internet incorporada”.
O novo nome é um segredo bem guardado — ou Zuckerberg ainda não sabe qual será?
De acordo com o jornalista Casey Newton, o reposicionamento de marca do Facebook está sendo discutido internamente há pelo menos três anos. O antigo CMO da empresa, Antonio Lucio, tinha apontado pequenas mudanças como “FB Inc.” ou “FACEBOOK Corporation”, mas a sugestão não foi para frente na época.
Agora, a menos de uma semana do suposto anúncio, Zuckerberg ainda não deu a cartada final sobre qual será o nome da holding, segundo duas fontes de Newton.
Talvez o CEO já saiba e seja apenas um esforço para evitar o vazamento da informação. Afinal, a mudança do nome em si já está sendo divulgada amplamente, mesmo sem nenhum posicionamento oficial do Facebook.
Entretanto, só resta esperar para descobrir se alguma especulação se confirmará.